Capítulo 5: relógio de esporte é para esporte.

Hoje vamos dar continuidade no nosso Pequeno Manual do Saudável Jovem Esquecido. 

Vamos falar dos “smartwatch”, os relógios inteligentes, que estão nos punhos de todas as pessoas.

De fato, os “smartwatch” são incríveis. Você carrega uma série de dados e é muito rápido para acessar esses dados. Eles fomentam as atividades físicas com mais frequência e você consegue monitorar toda a sua performance. Isso é bem interessante, com certeza isso é um grande ganho.

Entretanto, todo ganho exige também algum cuidado e diversas pesquisas apontam que o excesso de uso desses relógios também pode trazer problemas.

Vamos trazer esses problemas e discutir um pouquinho sobre eles. Principalmente alertar para que você consiga tocar o seu dia a dia sem tanta dificuldade e sem se sentir tão esquecido.

A parte boa é inegável. De fato esses relógios fomentam o esporte com mais dados e com mais desejo.

Entretanto, a parte ruim também tem que ser citada e investigada. Por exemplo, pessoas que conectam as notificações do celular no relógio agora têm dois “devices” que ficam atormentando seu dia a dia.

Assim, as notificações aparecem no celular ou aparecem no relógio.

E qual é o problema disso?

Você começa a ficar em estado de alerta contínuo o tempo inteiro vibra o seu braço ou vibra o seu telefone e você passa a olhar o que está acontecendo você acaba acostumando seu cérebro a nunca desligar.

Então esse é o primeiro ponto tem que tirar as notificações tanto do celular como já conversamos quanto também do smartwatch se não a sua atenção não vai conseguir focar numa tarefa só.

O segundo ponto de atenção é que esses relógios se usados o tempo todo e não só para esportes, acabam trazendo dados do seu dia a dia que podem de alguma maneira ser relevantes, mas você acaba ficando hipervigilante como se tudo tivesse que ter uma métrica.

Já está bastante estudado que isso não é verdade e isso não traz benefício pode trazer até um quadro de estresse.

Por exemplo, se você não conseguir dar 6 mil passos ou 10 mil passos, mas se der 9.800 passos, isso é um problema e de fato não temos dados que apoiem isso.

O que temos é que a atividade física é fundamental, mas precisa ser prazerosa também.

Portanto, o excesso de vigilância no seu braço te alertando sobre o que você fez ou deixou de fazer, se sua frequência cardíaca aumenta um pouquinho e o relógio apita e de alguma maneira ele não estava bem posicionado e sua saturação não mensurou direito. Tudo pode gerar um estresse como temos visto no dia a dia.

O terceiro ponto de atenção é o excesso de vigilância em relação aos seus sinais vitais. Então é importante ter acesso à capacidade de entender nossa frequência cardíaca e sua pressão, entretanto, não o tempo todo.

Aferir esses dados o tempo todo não faz com que a sua qualidade de vida aumente e sim com que você fique mais preocupado.

Por vezes se você subir uma escada com um pouquinho de pressa ou se você está passando por um momento de dificuldade, ou essa frequência cardíaca pode aumentar um pouquinho sua pressão arterial pode variar um pouquinho. Isso não significa que você está doente naquele momento.

Talvez o ponto mais preocupante seja o excesso de vigilância em relação ao seu sono. Tem gente dormindo de relógio para poder entender se a quantidade de sono REM foi suficiente para descansar e sem sombra de dúvidas isso não tem tanto valor quanto uma boa noite relaxada de sono.

O problema é o excesso de vigilância e não a tecnologia em si.

O quarto ponto de atenção é o comportamento de bater metas o tempo todo. A pessoa acaba se vigiando para entender se ela conseguiu queimar o número de calorias necessárias, se conseguiu dar o número de passos e, ou também em comparação a seus colegas bater essas metas.  Que na verdade são só metas virtuais.

Então o ponto mais relevante disso tudo é que a tecnologia no braço ajudou demais, ter o smartwatch ajuda muito a praticar esporte. Entretanto, o relógio de esporte é para esporte. 

Se porventura você precisar de um dado a mais você pode utilizar por um tempo, mas não se vicie no uso desse relógio sem a necessidade no dia a dia.

Só vai aumentar o seu estado de alerta e você terá mais um fator de estresse para o dia a dia.

Nada mais tranquilo do que ter um relógio de ponteiro que marca a hora certinho e se você precisar você vai utilizar o celular para notificações e etc.

Combinado pessoal?

Nos vemos no próximo capítulo.

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Dr. Lauro Sideratos

Acredito que condições neurológicas crônicas são complexas e rodeadas de mitos e dúvidas, e por isso devem ser tratadas de modo incremental.

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