Capítulo 3: O celular é minha oração final!

Capítulo 3: O celular é minha oração final.

Hoje no capítulo 3 vamos comentar sobre o uso do telefone antes de dormir, da luminosidade do celular.

Acredito que seja bastante comum, todo mundo acaba tendo esse hábito. Porém, esse hábito é bastante difícil de tirar e de lidar.

Você sabe o porquê?

Nesse período da noite a hora que estamos nos preparando para dormir é a hora que o nosso cérebro precisa de uma certa rotina de um ritual para conseguir dormir tranquilo.

Com o celular na mão entra a curiosidade, a interatividade, a vontade de saber das novidades de olhar as notícias, principalmente porque às vezes o dia é muito corrido. Mas isso interfere bastante no momento mais importantes do dia para o nosso cérebro que é o sono.

Dormir não é fácil. E algumas rotinas às vezes têm pouquíssimo tempo para dormir. Vamos tratar um pouco mais disso adiante.

É muito comum essa queixa no consultório. Pacientes referem que estão com dificuldade para dormir, para começar a dormir ou se manterem dormindo. E uma das perguntas fundamentais é se você está utilizando o telefone antes de dormir.

As indústrias dos aparelhos tentam colocar filtro de luz azul, filtro de iluminação, redução de luminosidade. Entretanto, não é só uma questão de luminosidade e de produção de melatonina. É uma questão também de interatividade.

Quando você tem um estímulo novo e esse estímulo faz com que você comece a pensar em outros temas, em outras pautas, você simplesmente acorda. O seu cérebro começa a trabalhar de novo ao invés de se preparar para dormir.

Por isso que muitas vezes percebemos que o celular parece ser a última oração e que às vezes tem gente que vai até o telefone cair no rosto, isso é muito mais comum do que nós imaginamos.

Entra também, a eficiência dos aplicativos em entregar o conteúdo exato que gostamos de assistir. Assim, simplesmente começamos a passar o dedinho e vai passando o dedo.

A curiosidade de ler algo que você gosta pode trazer pequenos pulsos de dopamina. Então a pessoa acaba se sentindo muito satisfeita e isso leva ao próximo que nos leva ao próximo.

Isso além de reduzir a nossa atenção, faz com que nós às vezes acabamos consumindo horas de conteúdo sem perceber. Só passando o dedinho para cima antes de dormir.

Então junta-se essa questão da luminosidade com um conteúdo muito interessante, com uma rotina corrida na qual você não tem tempo para se divertir ou usar o telefone de modo consciente.

Com isso você acaba perdendo 40 minutos que seriam bem interessantes para você ler um livro, conversar um pouco e ficar um pouquinho mais tranquilo antes de dormir.

Lembrando que isso não é uma coisa nova. Antigamente, podemos até usar essa palavra, era comum essa discussão em relação à televisão no quarto. Entretanto, a gente percebe que o número de televisores tem diminuído. 

O telefone celular acaba fazendo esse papel de televisão no dia a dia e também no período da noite.

Então algumas estratégias que eu vou deixar no próximo “post” para você compartilhar têm relação com o uso consciente. Vamos ressaltar isso. Não é demonizar o uso de algo que é tão importante para nós no dia a dia e compensa em diversos cenários.

Contudo, o uso consciente tem que ser voluntário. Se deixarmos esse hábito solto, ele se torna um vício comportamental. Esse vício comportamental do celular possivelmente é o próximo transtorno que vamos lidar, nas próximas décadas.

Inclusive pode interferir muito nas crianças também. Esse tema é extremamente polêmico, na questão do uso de aparelhos digitais à noite.

Convido vocês a visitarem o perfil da Dra. Mariana Araújo (@dra.marianaraujo, no Instagram), uma pediatra que também estuda bastante essa parte comportamental, para que vocês conheçam o trabalho dela sobre o uso de aparelhos eletrônicos na infância e essa questão da insônia e como o sono pode ficar muito ruim numa criança, em um adolescente por conta disso.

Desta maneira, como podemos tratar isso de modo objetivo?

O excesso de luminosidade, conteúdo com muita distração, com muita coisa interessante antes de dormir, dificulta o início do sono, aumenta a sua latência para começar a dormir.

Uma noite mal dormida, no outro dia sua eficiência cai. Você começa a ficar cansado e em noites consecutivas vai perceber que o seu tamanho total de sono, o tempo total de sono, vai diminuindo e você passa a sofrer com queixas de insônia. Mesmo sabendo que você dorme a quantidade de horas que você teoricamente precisava.

Depois de um tempo, ao invés de dormir sete horas e meia, oito horas, você estará dormindo seis horas e meia. Dormindo cada vez mais tarde gerando um impacto na sua performance até chegar na queixa de esquecimento.

Combinado pessoal? Deixem suas dúvidas.

Siga os próximos “posts” com mais orientações. Compartilhe com quem precisa saber disso 🙂

Abraço, até mais.

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Dr. Lauro Sideratos

Acredito que condições neurológicas crônicas são complexas e rodeadas de mitos e dúvidas, e por isso devem ser tratadas de modo incremental.

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